''Fred, ouço minhas amigas dizerem que o marido/namorado delas procuram elas todos os dias, em casa não é assim e honestamente eu não acho ruim. Será que nós somos um casal ruim porque transamos menos?”. Já ouvi essa pergunta um cem número de vezes de mulheres preocupadas com a frequência sexual comparada com as lendas urbanas contadas pelas amigas que querem pregar aos quatro ventos que transam muito.
Deixe-me esclarecer dois pontos.
1) Será que a alta frequência sexual é sinal de satisfação sexual?
2) Será que a frequência sexual é o único parâmetro para avaliar a qualidade de uma relação?
Sobre o primeiro ponto, não, um casal que transa muito não significa que está satisfeito, principalmente se o sexo é iniciado por um parceiro preguiçoso que quer sexo, mas não sabe criar o contexto certo seja para uma transa rápida ou algo mais elaborado. Não é todo dia que precisa rolar um vinho e uma conversa, mas até para sexo rápido é preciso criatividade e empenho. Transar com muita frequência só quer dizer que houve penetração com assiduidade, mas se rolou sexo gostoso todo dia são outros quinhentos.
Sobre o segundo ponto, nossa cultura latino-brasileira parece se vangloriar de que é super liberal e “trepadeira”, mas o que as pessoas falam em pesquisas de rua é diferente da realidade. Não se faz tanto sexo quanto se prega e o sexo está longe de ser o único critério para avaliar a qualidade de uma relação. Se um casal tem um perfil menos libidinoso e se satisfaz de múltiplas formas na vida (trabalho, hobbie, encontros sociais, vida saudável) o sexo é um dos pontos diluído nessa convergência de alegria, mas não o único. Há homens e mulheres com ritmos sexuais mais tranquilos, que eventualmente resolvem pequenas tensões com masturbações ocasionais e reservam uma transa do tipo “barba, cabelo e bigode” para situações especiais. É um jeito de ser, nada patológico ou preocupante.
Isso quer dizer que se um casal se realiza fora da cama, interage com gosto, tem uma vida satisfatória e ritmos sexuais menos intensos, não há problema nenhum se existe um descompasso com a lenda urbana latina que retrata a cama dos brasileiros como uma coisa multi-orgástica.
Então, eu diria para essa pessoa que se sente um pouco diminuída sobre o que as amigas dizem: “fique tranquila, se vocês transam quando realmente dá vontade e a vida de casal é uma delícia, viva seu amor em paz, seu relacionamento não está preso no que acontece entre os lençóis.”
Blog de Deusa / casal sem vergonha
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