Na Idade Média, acreditava-se que os pesadelos eram causados por um demônio chamado Íncubo, que, disfarçado de homem, invadia os sonhos das mulheres e as atacava sexualmente. Por ficar em cima das vítimas, ele pressionava o peitoral, provocando uma sensação de sufocamento e consequente falta de ar – por isso, acordavam ofegantes e apavoradas. A palavra inglesa “nightmare”, inclusive, deriva de “night” (“noite”, em português) e “mare”, expressão que denomina um tipo de espírito maligno.
Para a psicanálise, esses sonhos são causados em decorrência de desejos ocultos. Discussões à parte, o que a ciência sabe mesmo é que eles são mais comuns durante o REM (“Rapid Eye Movement” ou “Movimento Rápido dos Olhos” em tradução literal), momento mais profundo do sono, que dura cerca de uma hora e meia. De acordo com Shigueo Yonekura, neurologista do Instituto de Medicina do Sono de Campinas e Piracicaba, interior de São Paulo, entre 2% e 6% da população têm pesadelos recorrentes e 85% os têm ocasionalmente.
Alguns fatores podem influenciar diretamente a ocorrência de pesadelos. Conheça-os abaixo e entenda como eles funcionam.
Alimentação: há quem diga que comer demais no jantar pode causar pesadelos. O que acontece, na verdade, é que alguns alimentos e substâncias causam refluxo, como o molho de tomate, que é ácido, a cafeína, presente em café, chá mate ou preto, achocolatados e bebidas gasosas. Com o desconforto no estômago, é natural que a qualidade do sono seja menor e as chances dos pesadelos aparecerem sejam maiores.
Influência de remédios: há relatos de que os remédios betabloqueadores, prescritos para os hipertensos, causem pesadelos. “Não existe comprovação científica, mas estatisticamente é mais frequente nesse público”, ressalta Yonekura. A prazosina, também desenvolvida para controlar hipertensão, mostrou-se eficaz em casos de pessoas com estresse pós-traumático (abusos sexuais, assaltos, acidentes catastróficos ou guerras, por exemplo), que faz com que as vítimas tenham o mesmo sonho repetidamente. O fármaco age sobre os receptores da noradrenalina, neurotransmissor do sistema nervoso que influencia o sono, a ansiedade e o humor, super estimulados durante os pesadelos.
Quanto aos antidepressivos, é preciso prestar atenção. “Os psicoestimulantes, como a fluoxetina, devem ser tomados durante a manhã porque deixam o corpo em estado de alerta, podendo gerar insônia e um sono sem qualidade, ou seja, propensão a sonhos ruins. Os sedativos, ao contrário, são receitados para serem ingeridos à noite”, diz Motta.
Respiração: a maioria das pessoas que sofre de apneia ou hipopneia do sono desperta com sensação de sufoco. Isso acontece porque a dificuldade física de respirar se reflete no sonho, aparecendo em forma de qualquer situação perturbadora, como afogamento. Mas enquanto a primeira é uma interrupção das vias aéreas de no mínimo 10 segundos, a segunda diminui a oxigenação consideravelmente. As imagens aterrorizantes podem ser um esquema do cérebro para que o paciente consiga acordar – mas quando esses distúrbios respiratórios são tratados, elas costumam desaparecer.
1. Relacionamentos conflituosos rendem conteúdo para cenas angustiantes durante a noite. Tente resolver seus problemas para ter noites mais tranquilas e evitar sonolência diurna.
2. Procure ajuda de um psicoterapeuta cognitivo-comportamental que possa acompanhar o caso. A técnica mais usada para crianças é fazer com elas desenhem o sonho para que ele se torne menos assustador.
3. Em situações graves, a hipnose é uma boa opção para redirecionar o desfecho traumático. Mesmo que o início da história se repita, é possível mudar o desfecho e sofrer menos.
5. Tente dormir em um ambiente sem luz e barulho excessivos e, de preferência, sem roncos por perto.4. Evite assistir filmes com conteúdo forte se você se impressiona com facilidade.
6. Faça exercícios físicos duas ou três horas antes de se deitar para aumentar a serotonina e, consequentemente, a sensação de bem-estar.
Blog de Deusa / delas
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