sexta-feira, 31 de julho de 2015

A raiz de nossos problemas: falta de amor

                                               
Não é o amor que vem de fora, o que falta é amor-próprio. Se você continuar com os olhos voltados para fora, permanecerá à espera de respostas e mudanças externas. Relegará aos outros o papel que lhe cabe: construir um ambiente seguro e feliz, em que suas escolhas são conscientes e seu amor é pleno.
Diariamente, converso com muitas pessoas que, em comum, buscam soluções para os mais variados problemas, seja nos casamentos, na falta de expectativa com a vida, em relação às frustrações e às dificuldades nos relacionamentos de forma geral – com os filhos, a família, os líderes, colegas de trabalho etc.

O tema está também em inúmeros artigos que leio e que, assim como este, buscam minimizar a dor, esclarecer o que está acontecendo e oferecer soluções e saídas. São textos preparados por autores respeitáveis e com um currículo extenso na área de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal. No entanto, o que se escreve não parece ser o que as pessoas entendem ou praticam.

Ao me deparar com tantos pedidos de soluções, me pergunto: onde está o furo? Sim, deve haver alguma coisa errada com a nossa comunicação, afinal, os pedidos são legítimos, as dificuldades são reais e a aflição é justa. Nós, especialistas em desenvolvimento humano, talvez ainda não tenhamos encontrado a melhor maneira de abordar essa questão.

Percebo que, quando falamos dos maus relacionamentos, da falta de liderança, dos ambientes organizacionais ruins, das crises entre pais e filhos ou, ainda, da violência no trânsito, da corrupção e de todas as consequências que tudo isso traz às nossas vidas, estamos falando, especificamente, de amor. Ou melhor, da falta de amor.

Nós, seres humanos, temos uma necessidade básica: sermos amados!

Por isso, mesmo sem perceber, todo o nosso movimento ao longo da vida se faz em direção ao amor. Tudo o que queremos como resultado de nosso esforço é que as pessoas nos amem.

Os teóricos dão dicas e ensinam os passos para a conquista do amor. E minha pergunta continua: Por que não seguimos esses conselhos? Por que não colocamos a receita para funcionar? Por que não aderimos ao método?

A resposta está na infância. Aquilo que aprendemos a chamar de amor em nossas casas, desde a infância, será aquilo que vamos dar e receber como forma de amor. Mesmo que isso gere insatisfação e não nos abasteça, não mudamos por decreto. Não atendemos a nenhuma ordem, afinal, já o fizemos no passado e juramos que ninguém mais mandaria na gente. Por isso, de maneira inconsciente e compulsiva, seguimos esse juramento infantil sem nos dar conta de que já lemos mais de dez livros de autoajuda sem colocar em prática nenhuma das lições.

Ninguém ama por decreto

Amor, amor, amor e amor. Artigo raro? Não. Trata-se de um sentimento acessível apenas a quem se conhece e sabe que o fluxo constante e ininterrupto de amor de que nós, humanos, tanto precisamos já está dentro de nós.

Em nossa infância, recorremos à figura dos nossos pais e dos adultos que nos rodeavam para aprender a ser "gente". E, lembre-se, esse aprendizado se deu por afeto, por amor. Ficamos tão preocupados em copiá-los – afinal, isso nos daria a sobrevivência – que não tivemos tempo ou, ainda, oportunidade para aprender que a saída está dentro de nós mesmos e não fora. Na verdade, na infância não tínhamos essa competência; é na vida adulta que vamos reconhecer e melhor discernir para levar mudança ao nosso comportamento.

A pergunta é: o que você quer?

A resposta não estará no próximo livro e/ou artigo, nem em seu "guru" e/ou "mestre". O que você quer depende só da sua escolha. Você sabe se a tem? Ou depende da opinião dos outros? Precisa de aprovação, reconhecimento?

Perceba que, se você continua com os olhos voltados para fora, é porque ainda existe uma criança de mais ou menos cinco ou seis aninhos de idade que clama pela afeição da mamãe e do papai.

E se você está à espera do amor deles na fase adulta, provavelmente cobra das pessoas que o rodeiam para que elas mudem e criem um ambiente seguro e protegido para você viver.

Bem, isso se chama imaturidade. Mas será que você não cresceu por que não quis? Não! Você está onde está porque foi tudo o que deu para fazer, era tudo o que você sabia e podia fazer. Evidentemente, quando somos ignorantes, cometemos erros. Você já reparou quantos erros existem ao nosso redor? Alguns chamam isso de maldade. Eu digo que esses comportamentos negativos vêm de uma profunda ignorância de si mesmo.

Autoconhecimento é o caminho para se conquistar o amor-próprio em primeiro lugar e, consequentemente, o amor pelos outros. No entanto, ninguém aprende por decreto. Aprendemos por afeto e temos uma única saída, que é amar.


O seu entorno está confuso? Desagradável? Triste? Solitário? Ofereça amor... Você tem! Surpreenda-se com o resultado.







                  Blog de Deusa / Heloísa





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