Hipotireoidismo e hipertireoidismo
Problemas endocrinológicos normalmente mexem não só com o nosso físico, como com a nossa mente. E o caso mais expressivo são as alterações na tireoide: o hipotireoidismo, em que os hormônios dessa glândula são produzidos em menor quantidade, e o hipertireoidismo, em que eles são feitos em maior escala. "É muito comum o primeiro quadro apresentar sintomas depressivos e ser confundido com uma depressão. O mesmo ocorre com o hipertireoidismo que pode levar a sintomas de ansiedade e confundir com uma doença psiquiátrica funcional como transtorno de pânico e transtorno de ansiedade generalizada", diferencia o psiquiatra, Edson Shiguemi Hirata, do Hospital Santa Cruz de São Paulo. Tanto que o normal, e indicado na Diretriz de Manejo do Hipotireoidismo, é que todos os pacientes com depressão façam o exame para diagnosticar seus níveis de hormônios tireoideanos, pois eles podem ter alguma alteração inclusive subclínica, ou seja, em que não há tanta variação nas taxas.
Especialistas explicam confusões no diagnóstico de doenças que parecem psicológicas, mas na verdade são físicas
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde 50% dos casos de de pressão não são diagnosticados corretamente. E isso não ocorre apenas com essa doença, mas também com transtornos de ansiedade, psicoses e outros problemas psiquiátricos. E um dos motivos é que muitos problemas de origem física podem apresentar sintomas semelhantes a essas doenças.
Justamente por isso, é função do psiquiatra fazer exames físicos em seus pacientes: "Se a alteração comportamental é secundária a um problema orgânico, é essa causa que tem uma prioridade de tratamento e não seguir isso pode colocar a vida da pessoa em risco", pondera o psiquiatra Rubens Fernandes, do Núcleo de Medicina Psicossomática e Psiquiatria do Hospital Israelita Albert Einstein. Até porque o problema original não é tratado e ainda o paciente se expõe aos efeitos colaterais dos medicamentos sem necessidade.
"Então, só depois de excluir causas de doença física ou consequência do uso de drogas que o psiquiatra vê a possibilidade dos sintomas em conjunto corresponderem a um adoecimento mental", acrescenta o psiquiatra Hewdy Lobo Ribeiro, do ProMulher do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da FMUSP e diretor da Vida Mental Serviços Médicos.
Pode parecer raro, mas são vários os quadros físicos que podem resultar em sintomas com aspectos psicológicos. Separamos alguns para você conhecer:
Justamente por isso, é função do psiquiatra fazer exames físicos em seus pacientes: "Se a alteração comportamental é secundária a um problema orgânico, é essa causa que tem uma prioridade de tratamento e não seguir isso pode colocar a vida da pessoa em risco", pondera o psiquiatra Rubens Fernandes, do Núcleo de Medicina Psicossomática e Psiquiatria do Hospital Israelita Albert Einstein. Até porque o problema original não é tratado e ainda o paciente se expõe aos efeitos colaterais dos medicamentos sem necessidade.
"Então, só depois de excluir causas de doença física ou consequência do uso de drogas que o psiquiatra vê a possibilidade dos sintomas em conjunto corresponderem a um adoecimento mental", acrescenta o psiquiatra Hewdy Lobo Ribeiro, do ProMulher do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da FMUSP e diretor da Vida Mental Serviços Médicos.
Pode parecer raro, mas são vários os quadros físicos que podem resultar em sintomas com aspectos psicológicos. Separamos alguns para você conhecer:
Concussão
Essa é uma lesão cerebral decorrente de alguma pancada ou queda que pode alterar a função do cérebro por um tempo. Entre os sintomas comuns após a queda estão episódios depressivos e ansiosos. "Eles são sempre acompanhados por convulsões, intercaladas com depressões ou alucinações", detalha o psiquiatra Rubens Fernandes, do Núcleo de Medicina Psicossomática e Psiquiatria do Hospital Israelita Albert Einstein. É preciso tomar cuidado, porém, pois muitas vezes é necessário mesmo administrar medicamentos para os sintomas psicóticos, mas eles podem piorar as convulsões. A boa notícia, no entanto, é que a tendência é que esses sintomas só permaneçam por um tempo após a concussão cerebral.
Excesso de cortisol
Quando o hormônio cortisol está em excesso no nosso corpo, temos como resultado alguns sintomas comportamentais. "Isso ocorrer porque a substância tem efeito agressivo sobre o cérebro", explica o psiquiatra Hewdy Lobo Ribeiro, do ProMulher do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da FMUSP e diretor da Vida Mental Serviços Médicos. Os sinais podem ser tanto depressivos quanto ansiosos, com excesso de energia e pensamentos grandiosos, sintomas psicóticos, como alucinações visuais (típicas de quadros com causas orgânicas) e quebras de realidade, e depressivos, tais quais prostração e perda de energia.
Esse excesso de hormônio pode ocorrer tanto pelo uso de corticoides quanto por alguma alteração física, como a doença ou síndrome de Cushing. "Mas é mais difícil confundirmos o segundo caso, pois ele tem sintomas físicos mais marcantes, como o ganho de peso", assinala o especialista.
Esse excesso de hormônio pode ocorrer tanto pelo uso de corticoides quanto por alguma alteração física, como a doença ou síndrome de Cushing. "Mas é mais difícil confundirmos o segundo caso, pois ele tem sintomas físicos mais marcantes, como o ganho de peso", assinala o especialista.
Tumores
Alguns tumores, dependendo da localização, podem também trazer esse tipo de sintoma. É o caso principalmente dos tumores que aparecem no sistema nervoso central: "nessas situações, o tipo de sintoma depende muito da parte do sistema nervoso central que é afetada e do tamanho do tumor", considera o psiquiatra Fernandes. Um desses tipos é a doença de Cushing, em que um tumor produz hormônios o mesmo das glândulas adrenais, causando também esse efeito no organismo, causando sintomas relacionados à depressão.
Por outro lado, existe um tumor chamado feocromocitoma, que ataca a glândula adrenal, e aumenta a produção de noradrenalina. "Isso causa grande irritabilidade, e crises ansiedade intensa que se confundem com pânico, mas esses eventos têm como característica um aumento na pressão arterial", diferencia o especialista.
Além disso, câncer na cabeça do pâncreas em idosos também manifestam sinais depressivos antes mesmo dos sintomas físicos. "Normalmente essas manifestações demoram mais tempo para aparecer, e muitas vezes o paciente falece antes disso", alerta o psiquiatra Hewdy Lobo.
Por outro lado, existe um tumor chamado feocromocitoma, que ataca a glândula adrenal, e aumenta a produção de noradrenalina. "Isso causa grande irritabilidade, e crises ansiedade intensa que se confundem com pânico, mas esses eventos têm como característica um aumento na pressão arterial", diferencia o especialista.
Além disso, câncer na cabeça do pâncreas em idosos também manifestam sinais depressivos antes mesmo dos sintomas físicos. "Normalmente essas manifestações demoram mais tempo para aparecer, e muitas vezes o paciente falece antes disso", alerta o psiquiatra Hewdy Lobo.
Doença de Parkinson
Antes mesmo dos típicos tremores aparecem, a doença de Parkinson apresenta também sintomas depressivos. "Entre eles temos dificuldades com memória, atenção e concentração, baixa estima e alterações dos padrões de sono e apetite", relata o psiquiatra Hewdy Lobo. Outros padrões, como a redução da expressão facial e movimentação mais lenta também podem se confundir com a depressão catatônica, em que há comprometimento dos movimentos. "Quase 50% dos pacientes com Parkinson tem sintomas depressivos", ressalta Hirata.
Medicamentos
É sempre essencial que o psiquiatra se atente aos medicamentos que o paciente toma. Já sabemos, por exemplo, que os corticoides causam sintomas de origem psiquiátrica. "Também é clássico que os moderadores de apetite e os medicamentos para câncer e para hepatite com frequência levem à depressão", comenta Hirata. Remédios usados para tratamento de hipertensão, gastrite, doenças inflamatórias, doenças cardiovasculares, infecção, entre outros, também podem provocar sintomas semelhantes à ansiedade e depressão.
Delirium
Muitos idosos hospitalizados têm como primeiro sintoma de interações medicamentosas, eventos infecciosos ou desidratação, um quadro chamado delirium. "O paciente apresenta desorientação e dificuldade de atenção, passa a ter momentos de confusão com intervalos lúcidos e inverte o ciclo de sono", explica o psiquiatra Fernandes. Apesar de específico, esse é o distúrbio psiquiátrico mais incidente em idosos que estão nos hospitais.
Infecções
Bactérias chamadas de estreptococos causam também alguns tipos de infecções no nosso corpo que podem apresentar manifestações comportamentais, que podem ser confundidos com transtorno obsessivo compulsivo. "Crianças que tiveram infecção por estreptococos, como a febre reumática, têm maior risco de apresentar sintomas obsessivos compulsivos e tiques", comenta Hirata. Mas são quadros um pouco mais raros.
Blog de Deusa / minha vida
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