quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Blog de Deusa - Novas perspectivas para a esclerose múltipla Terapia com células-tronco melhorou os sintomas dos estágios iniciais de esclerose múltipla em 80% dos pacientes



A esclerose múltipla (EM) é um transtorno 
neurológico crônico muito debilitante que pode 
provocar vários sintomas, entre os quais dormência 
de braços e pernas e, nos estágios mais
avançados, paralisia e problemas de visão.

Cientistas acreditam que esse é um transtorno 

auto-imune no qual o sistema imunológico do 
corpo – que geralmente entra em ação após
 a invasão do organismo por microrganismos
 – ataca o tecido saudável. No caso da EM, o 
sistema imunológico dos pacientes destrói as
 bainhas de proteína que protegem as 
células nervosas ─ os neurônios ─ interrompendo 
os sinais entre o cérebro e o resto do corpo.

Richard Burt, pesquisador e chefe de

 imunoterapia para transtornos auto-imunes 
na Faculdade de Medicina Feinberg, da Northwestern
 University, adverte que os resultados ainda 
precisam ser confirmados por testes clínicos
 aleatórios.

Usando um método conhecido como transplante 

autólogo de células-tronco hematopoéticas não 
mieloablativas, Burt e seus colaboradores 
basicamente substituíram as células 
“mal-comportadas” por células saudáveis 
─ criadas a partir de células-tronco 
─ em 21 pacientes (11 mulheres e dez homens)
 com EM recorrente, uma forma comum da 
doença em que os sintomas aparecem e 
desaparecem.
O método consiste nas seguintes etapas:
 inicialmente os pesquisadores administraram
 drogas que tornam as células da medula óssea 
aptas a liberar células-tronco imunológicas 
(com capacidade de se transformar em qualquer 
tipo de células imunológicas) no sangue. Depois
 essas células são extraídas do sangue do 
pacientes. Em seguida os pacientes recebem 
drogas que eliminam seu sistema imunológico 
superativo. Os pesquisadores injetam então 
as células-tronco previamente extraídas, que
 se multiplicam rapidamente, dando origem a
 células imunológicas normais.

A ideia é desenvolver um novo sistema 

imunológico que reconhece o tecido saudável 
e não destrói as bainhas de proteínas, avalia
 Burt. Após um período médio de 37 meses,
 17 pacientes (80 %) obtiveram melhores
 resultados nos testes-padrão de avaliação
 da visão, força muscular, coordenação motora
 e outros aspectos das funções neurológicas, 
que os obtidos antes do procedimento.
 Outros quatro pacientes não melhoraram, mas 
também não pioraram, avalia Burt.

O próximo estágio é descobrir como a terapia 

com células-tronco complementa os tratamentos 
existentes para a EM, com Tysabri e Novantrone.
 Esses dois medicamentos retardam a doença 
por bloqueio ou supressão do sistema imunológico 
superativo, mas os sintomas não melhoram. 
Burt informa que atualmente está conduzindo
 outro teste clínico com 110 pacientes com em, 
onde compara a segurança e a eficiência do
 tratamento convencional com células-tronco.
 Os resultados promissores desse pequeno 
teste clínico foram publicados em janeiro, 
no The Lancet Neurology.

Blog de Deusa / SCIENTIFIC AMERICAN BRASIL

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