Os miomas são tumores musculares que crescem na parede do útero (ventre). Outro termo médico para os miomas é “Fibroma uterino” ou apenas “mioma”. Os miomas uterinos são quase sempre benignos (não cancerosos). Podem crescer como um tumor único ou podem aparecer vários no útero. Podem ser tão pequenos como uma semente de maçã e tão grandes como uma romã. Em casos muito incomuns eles crescem bastante mais.
Tabela de conteúdo
- Informação sobre os miomas uterinos
- Locais onde se podem desenvolver
- Sintomas do mioma
- Causas do mioma
- Tratamento do mioma
- Obter ajuda
- Informação sobre os miomas uterinos
Cerca de 20 a 80 por cento das mulheres desenvolve miomas até atingir os 50 anos de idade. Os miomas são mais comuns em mulheres na faixa dos 40 e início da faixa dos 50. Nem todas as mulheres que os desenvolvem apresentam sintomas. As mulheres que têm sintomas normalmente não lidam bem com a sua existência. Algumas sentem dores e hemorragias menstruais muito pesadas. Também podem pressionar a bexiga, aumentando a frequência da micção, ou o recto, provocando pressão rectal. Quando crescem demasiado podem provocar o aumento do abdômen (a área do estômago), fazendo a mulher parecer grávida.
Podem provocar cancro?
Os miomas são quase sempre benignos (não cancerosos). Raramente (menos de um em 1,000) surge um canceroso. Este tipo de mioma é um leiomiossarcoma. Os médicos creem que estes cancros não ocorrem em miomas pré-existentes. A ocorrência de miomas não aumenta o risco de desenvolvimento de um fibroma canceroso. Também não aumenta o risco da mulher desenvolver outros tipos de cancro no útero.
Problemas durante a gravidez
As mulheres que têm miomas são mais propensas a experienciar problemas durante a gravidez e durante o parto. Mas isto não quer dizer que os problemas vão existir. A maioria das mulheres têm uma gravidez normal. Os problemas mais comuns são:
- Cesarianas. O risco de ser submetida a uma cesariana é seis vezes maior.
- Bebé em posição pélvica. O bebé não está bem posicionado para nascer por parto vaginal.
- O processo de parto não progride.
- Descolamento da placenta. A placenta solta-se da parede do útero antes do parto. Quando isto acontece o feto não recebe oxigênio suficiente.
- Parto prematuro.
Fale com o seu obstetra se tiver miomas e engravidar. Todos os obstetras sabem lidar com a existência de miomas durante a gravidez. A maioria das mulheres com miomas não precisa de consultar um obstetra especializado em gravidez de risco.
Mulheres com maior risco
Alguns factores podem aumentar o risco de uma mulher desenvolver miomas.
- Idade. Tornam-se mais comuns com a idade, especialmente durante os 30 e os 40 e até à menopausa. Depois da menopausa começam a encolher.
- Histórico familiar. A existência de um familiar com miomas aumenta o risco. Se a mãe da mulher em questão teve miomas, o risco de vir a desenvolver miomas é cerca de três vezes superior à média.
- Origem étnica. As mulheres afro-americanas têm mais probabilidade de desenvolver do que as mulheres caucasianas.
- Obesidade. As mulheres com excesso de peso têm mais probabilidades de vir a desenvolver. As mulheres muito obesas apresentam um risco duas a três vezes superior à média.
- Hábitos alimentares. Consumir muitas carnes vermelhas (por exemplo, carne de vaca) e fiambre aumenta o risco. O consumo de verduras parece prevenir.
- Locais onde se podem desenvolver
A maioria dos miomas cresce na parede do útero. Os médicos dividem-nos em três grupos de acordo com o local onde eles se desenvolvem:
- Mioma Submucoso, cresce na cavidade do útero.
- Mioma intramural, cresce dentro da parede do útero.
- Mioma Subseroso, cresce fora do útero.
Alguns miomas crescem em pedúnculos que se estendem a partir da superfície do útero ou para dentro da cavidade do útero. Podem ter a aparência de cogumelos e são chamados os miomas pediculados.
Sintomas do mioma
A maioria dos miomas não provoca sintomas, mas algumas mulheres podem experienciar:
- Hemorragias pesadas (que podem ser suficientemente pesadas para provocar anemia) ou períodos dolorosos
- Sensação de estar cheia na área pélvica (na zona inferior do estômago)
- Alargamento da zona inferior abdômen
- Micção frequente
- Dores durante o coito
- Dores lombares
- Complicações durante a gravidez e durante o parto, incluindo um risco seis vezes maior de cesariana
- Problemas do foro reprodutivo, como infertilidade, embora seja muito raroCausas do mioma
Ninguém sabe ao certo o que provoca os miomas . Os investigadores acreditam que pode existir mais do que um fator envolvido. Estes factores podem ser:
- Hormonais (afectados pelos níveis de estrogênio e progesterona)
- Genéticos (problema de família)
Como não se sabe exatamente o que provoca os miomas também não se sabe o que os faz aumentar ou diminuir de tamanho. Sabe-se que eles são controlados pelas hormonas — tanto pelo estrogênio como pela progesterona. Eles crescem rapidamente durante a gravidez, quando os níveis hormonais estão muito elevados. E diminuem com medicação de anti-hormonal. Os miomas também param de crescer ou começam a encolher quanto a mulher atinge a menopausa.
Tratamento do mioma
Na maioria das mulheres, os miomas não têm sintomas. Existem alguns tratamentos que podem ajudar as mulheres que têm sintomas. Fale com o seu médico sobre o melhor método de tratamento. O seu médico vai ter vários factores sob consideração antes de a ajudar a escolher um tratamento. Alguns destes factores são:
- A existência ou não de sintomas provocados pelos fibromas
- A sua vontade de engravidar no futuro
- O tamanho dos fibromas
- A localização dos fibromas
- A sua idade e a proximidade da menopausa
Se você tem miomas e não tem sintomas, é possível que não precise de tratamento. Durante os seus exames de rotina o seu médico vai verificar se eles estão a crescer.
Medicamentos
Se tem miomas e sintomas leves, o seu médico pode sugerir algum tipo de medicação. Alguns medicamentos que não precisam de receita, como o ibuprofeno ou a aspirina, podem ser usados se as dores forem suaves. Se o seu período é muito forte, um suplemento de ferro pode ajudar a prevenir a anemia, ou a tratar a anemia se já for esse o caso.
Muitos dos medicamentos receitados para o controlo da natalidade podem ser receitados para controlar os sintomas dos miomas. Pílulas contraceptivas fracas previnem o crescimento dos miomas e ajudam a controlar hemorragias pesadas durante o período. O mesmo se aplica às injecções de hormonas tipo progesterona (por exemplo, Depo-Provera®). O Mirena®, um DIU (dispositivo intrauterino), contém pequenas quantidades de um medicamento semelhante à progesterona, que pode ser utilizado para controlar hemorragias fortes e para prevenir a gravidez.
Outro tipo de medicamentos utilizado no tratamento dos miomas são os “agonistas da hormona libertadora da gonadotrofina” (GnRHa). O mais comum é o Lupron®. Estes medicamentos, administrados através de injecção, vaporizador nasal ou implantes, podem provocar o encolhimento dos miomas. São por vezes utilizados antes da cirurgia para tornar a remoção dos miomas mais fácil. Os efeitos secundários dos GnRHas podem incluir afrontamentos, depressão, insônias, redução do apetite sexual e dores articulares.
A maioria das mulheres toleram bem os GnRHas. A maioria das mulheres não tem o período enquanto toma GnRHas, o que pode constituir um grande alívio para as mulheres com hemorragias muito pesadas. Também permite que as mulheres com anemia voltem a uma contagem de células vermelhas normal. Os GnRHas podem provocar perda óssea, pelo que a sua administração é geralmente limitada a seis meses. Estes medicamentos também são bastante dispendiosos, e algumas companhias de seguros só os cobrem parcialmente ou não os cobrem de todo. Os GnRHas oferecem um alívio temporário dos sintomas provocados pelos miomas; quando a medicação é parada os miomas voltam a crescer rapidamente.
Cirurgia
Se tem miomas com sintomas moderados a graves, a cirurgia pode ser a melhor opção para o seu tratamento. Algumas opções de cirurgia são:
- Miomectomia – Cirurgia que remove os miomas sem remover o tecido saudável do útero. É a melhor opção para as mulheres que pretendem ter filhos após o tratamento, ou que pretendem manter o útero por outras razões. É possível engravidar depois de uma miomectomia. Mas se estiverem incrustados no útero é possível que tenha de fazer o parto através de cesariana. A miomectomia pode ser realizada de várias formas. Pode ser uma grande cirurgia (com a abertura do abdômen) e pode ser realizada através da laparoscopia ou da histeroscopia. O tipo de cirurgia realizado depende do tipo, do tamanho e da localização. Depois de uma miomectomia podem crescer novos miomas, gerando novos problemas. Todos os riscos que se aplicam a uma cirurgia aplicam-se à miomectomia. Os riscos dependem da extensão da cirurgia.
- Histerectomia – Cirurgia para remover o útero. Este é o único método totalmente eficaz na cura dos miomas. Os miomas estão na base da maior parte das histerectomias realizadas. Esta cirurgia é realizada quando os miomas da mulher são demasiado grandes, quando tem hemorragias muito pesadas, quando está perto da menopausa ou já entrou nela ou quando não quer ter filhos. Se os miomas forem muito grandes a mulher pode precisar de realizar uma histerectomia que envolve a abertura do abdômen e a remoção do útero. Se forem mais pequenos, o médico pode conseguir remover o útero através da vagina, sem abrir o abdômen. Em alguns casos a histerectomia pode ser realizada através do laparoscópio. A remoção dos ovários e do cérvix durante a histerectomia é normalmente opcional. As mulheres que não removem os ovários não entram na menopausa depois da histerectomia. A histerectomia é uma grande cirurgia. Embora seja uma cirurgia segura ela acarreta o risco de complicações. A recuperação de uma histerectomia dura normalmente várias semanas.
- Ablação do endométrio – O revestimento do útero é removido ou destruído para controlar hemorragias muito fortes. Isto pode ser feito através de laser, laços de arame, água a ferver, corrente eléctrica, micro-ondas, congelamento e outros métodos. Este procedimento é normalmente considerado uma pequena cirurgia. Pode ser realizada sem internamento ou mesmo no consultório do médico. Podem ocorrer complicações, mas não são comuns em nenhum dos métodos. A maioria das pessoas recupera rapidamente. Cerca de metade das mulheres que são submetidas a este procedimento deixa de ter menstruação. Cerca de 3 em 10 mulheres passam a ter uma hemorragia muito mais leve. Mas as mulheres não podem voltar a ter filhos depois desta cirurgia.
- Miólise – É introduzida uma agulha nos miomas, normalmente guiada através de laparoscopia, e é utilizada corrente eléctrica ou o congelamento para os destruir.
- Embolização do Mioma Uterino (EMU), ou Embolização da Artéria Uterina (EAU) – É introduzido um tubo muito fino nos vasos sanguíneos que alimenta o mioma. Depois, são injectadas pequenas partículas de gel ou de plástico nos vasos sanguíneos. Isto faz com que o fornecimento de sangue seja bloqueado, provocando o seu encolhimento. A EMU pode ser realizada com ou sem o internamento da paciente. Podem ocorrer complicações, incluindo menopausa precoce, mas são raras. Alguns estudos sugerem que os miomas não voltam a crescer aparecer depois de uma EMU, mas são necessários mais estudos a longo-prazo. Nem todos os miomas podem sem tratados através da EMMU. As melhores candidatas a EMU são as mulheres que:
- Têm hemorragias pesadas
- Têm dores ou pressão na bexiga ou no recto
- Não querem fazer uma histerectomia
- Não querem ter filhos no futuro
Que outros tratamentos estão a ser desenvolvidos?
Os investigadores encontram-se a estudar novas opções de tratamento para os miomas uterinos. Os métodos que a seguir indicamos ainda não são comuns, pelo que podem são ser referidos pelo seu médico ou cobertos pelo seu seguro.
- Cirurgia por ultrassom orientada através de RM, encolhe os miomas através de um feixe de ultrassom de alta intensidade. A RM ajuda o médico a localizar o mioma e o ultrassom envia ondas de som, extremamente quentes, que o destroem. O Sistema ExAblate® 2000 é um aparelho médico que utiliza este método para destruir os miomas uterinos.
- Alguns profissionais utilizam lasers para remover o mioma ou para cortar o fornecimento de sangue para o mesmo, fazendo-o encolher.
- O Mifepristone®, e outros medicamentos anti-hormonais que se encontram em desenvolvimento podem aliviar os sintomas sem provocar efeitos secundários a nível dos ossos. Estes tratamentos são promissores mas ainda não se encontram disponíveis nem foram aprovados pela FDA.
- Estão a ser estudados outros medicamentos para o tratamento de miomas.Obter ajuda.
Como identificar se tem miomas uterinos?
O seu médico pode descobrir que você tem miomas durante o exame pélvico de rotina onde observa o seu útero, ovários e vagina. O médico normalmente sente-o com os dedos durante o referido exame, identificando-o como um caroço ou uma massa (geralmente indolor) no útero. Por norma, o médico descreve o tamanho do mioma por comparação ao tamanho do seu útero se estivesse grávida. Por exemplo, ele pode dizer-lhe que os seus provocaram o aumento do seu útero para o tamanho que teria se estivesse grávida de 16 semanas. O mioma pode ainda ser comparado a uma fruta, um fruto seco ou a uma bola, como uma uva ou uma laranja, um grão de milho ou uma noz, uma bola de golfe ou de voleibol.
O seu médico pode realizar testes de captação de imagem para confirmar a sua existência. Estes testes criam uma “fotografia” do interior do seu corpo sem ser necessário recorrer a cirurgia. Entre eles:
- Ultrassom – Utiliza ondas de som para produzir a imagem. A sonda do ultrassom pode ser colocada no abdômen ou dentro da vagina, para que a imagem seja captada.
- Ressonância magnética (RM) – Utiliza ímanes e ondas de radio para produzir a imagem
- Raios X – Utilizam um tipo de radiação para ver o interior do corpo e produzir a imagem
- Tomografia axial computorizada (TAC) – Faz várias imagens raio x do corpo, a partir de ângulos diferentes, para formar uma imagem mais completa
- Histerosalpingografia (HSG) ou histerossonografia – O HSG envolve a injecção de um corante raio x dentro do útero e a captação de imagens raio x. A histerossonografia envolve a injecção de água no útero e a captação de imagens com ultrassom.
Em alguns casos é necessária uma cirurgia para confirmar a presença de miomas. Existem dois tipos de cirurgia utilizados para este fim:
- Laparoscopia – O médico insere uma sonda muito fina numa pequena incisão realizada no umbigo ao junto ao umbigo. A sonda tem uma luz muito forte e uma câmara. Ela permite ao médico observar o útero e outros órgãos através de um monitor, durante todo o processo. A captação de imagens também é possível.
- Histeroscopia – O médico introduz uma sonda fina e comprida na vagina e no cérvix, até chegar ao útero. Não é necessária qualquer incisão. O médico pode observar o interior do útero e procurar miomas ou outros problemas, como pólipos. Também pode ser utilizada uma câmara nesta sonda.
Questões que deve colocar ao meu médico
- Quantos miomas tenho?
- Qual é o tamanho do(s) meu(s) fibroma(s)?
- Onde está(ão) localizado(s) o(s) fibroma(s) (na superfície exterior, na superfície interior ou na parede do útero)?
- É expectável que o(s) fibroma(s) cresça(m)?
- Qual foi a taxa de crescimento observada (se já haviam sido diagnosticados)?
- Como sei se o(s) fibroma(s) está a crescer?
- Que problemas podem provocar o(s) fibroma(s)?
- Que testes ou exames de captação de imagem são recomendados na monitorização do crescimento dos fibromas
- Quais são as minhas opções de tratamento de o(s) meu(s) fibroma(s) se tornar(em) um problema?
- Qual é a sua opinião sobre o tratamento de miomas através da histerectomia ou de outros tipos de tratamento?
É sempre importante obter uma segunda opinião se o seu médico não for capaz de responder a todas as suas questões de forma completa ou se não responder às suas necessidades.
Blog de Deusa / Sexo Pèdia
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