Fazer autorretratos, os famosos “selfies”, está cada vez mais comum. Seja em uma festa, em um encontro com os amigos ou até mesmo no elevador, essas fotos são compartilhadas e fazem sucesso nas redes sociais. O que quase ninguém sabe é que fotografar ou filmar a si mesmo também pode ajudar a melhorar a saúde bucal. De acordo com uma pesquisa realizada pelo professor Lance Vernon, da Faculdade de Odontologia da Universidade Case Western Reserve (EUA), tirar selfies durante a escovação faz com que as pessoas reparem no modo como realizam a higiene, podendo, assim, perceber se estão agindo da forma correta. Além de servir para que a própria pessoa perceba suas falhas, é interessante, segundo o estudo, que esses registros sejam mostrados ao dentista, para que ele avalie e oriente a escovação.
Porém, este trabalho não é unânime no meio acadêmico. Artur Cerri (CROSP 12139), doutor em odontologia e coordenador de pós graduação da Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas, aponta que a pesquisa carece de mais informações científicas. “O professor que realizou este estudo tem uma análise visual dos possíveis resultados, mas isso é muito subjetivo. É necessário fazer um movimento mais aprofundado para saber se as pessoas que fazem a selfie durante a escovação realmente têm uma melhora da saúde bucal. Para isso, é necessário que haja uma série de parâmetros, como quantos são os envolvidos, a faixa etária, o sexo, comparar um grupo que fez com um grupo que não fez os registros e os contextos de um”, afirma Cerri.
Para Ana Tokunaga (CROPR 19056), autora do blog Medo de Dentista, o estudo faz sentido. “Vendo vídeos ou imagens de si mesmas as pessoas podem enxergar seus erros, e levar esses registros para seu dentista. O importante é ter a orientação de um profissional. Também há a possibilidade de escovar os dentes no consultório, para que o dentista possa avaliar e auxiliar da melhor forma o paciente”, frisa. De acordo com Tokunaga, uma escovação errada muitas vezes não é questão de negligência da pessoa, mas sim, da não utilização da técnica mais apropriada para aquele paciente, uma vez que existem diferentes formas de escovar os dentes, de acordo com as condições de cada um.
Cerri esclarece que uma boa escovação não depende somente da técnica mas também do tipo de escova utilizada. “As escovas mais populares têm cerca de mil cerdas, e as melhores, que são mais macias, têm cerca de cinco mil cerdas, porém, custam seis vezes mais que as comuns, e isso acaba interferindo na qualidade da escovação”, afirma.
Como escovar?
Não existe um padrão de forma ou de tempo para realizar a escovação, pois a ação vai depender do posicionamento dos dentes de cada indivíduo, se a pessoa utiliza aparelho ortodôntico ou não, por exemplo. Mas há alguns consensos: em média é preciso dedicar de dois a três minutos para realizar a higiene bucal, que pode ser feita em frente ao espelho, para se ter maior controle do que está fazendo. “Inclinar a escova de forma que o paciente consiga tirar as bactérias alojadas perto da gengiva, geralmente é a técnica mais eficaz para a maioria das pessoas”, aconselha Tokunaga.
Uma escovação incorreta gera um maior número de cáries, afeta a gengiva, o que gradativamente compromete os dentes, além de causar o mau hálito devido ao aumento de bactérias na boca. De acordo com os profissionais, a escovação mais importante é aquela feita antes de dormir, pois quando dormimos o fluxo salivar diminui, propiciando a proliferação e ação das bactérias. “Na saliva há antinflamatórios e diversas substâncias que protegem a boca. Quando se dorme, tudo isso diminui”, explica Cerri.
Blog de Deusa / MSN
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