Se tem uma coisa que a maioria das gestantes ouve com frequência são comentários sobre o tamanho da barriga. Há pessoas que dizem que está grande demais e outras que dizem que deveria estar maior.
Se você tem ouvido comentários (inclusive de médicos) que dizem que seu corpo ou o corpo do seu bebê é pequeno demais, magro demais, gordo demais ou grande demais como argumento para validar a desproporção cefalopélvica, leia este artigo e saiba mais sobre como deve realmente ser o diagnóstico desse problema.
O que é desproporção cefalopélvica?
A desproporção cefalopélvica ou incompatibilidade feto-pélvica é uma situação rara na qual o tamanho da cabeça do bebê impede que ele consiga passar pela bacia da mãe durante o trabalho de parto.
Se houvesse uma maneira certeira de medir o bebê e a pelve da mãe, seria fácil detectar a falta de passagem. Mas, os exames mais tecnológicos, como os ultrassons, ainda possuem uma margem de erro grande demais para se ter certeza.
Por isso, muitos médicos acabam tentando prever a falta de passagem do bebê pela bacia da mãe por características físicas da gestante ou pelo tamanho que o bebê aparenta ter, conforme os exames.
Essa é uma questão extremamente polêmica no meio médico, porque muitas vezes gestantes que não possuem a desproporção acabam recebendo um diagnóstico precoce e não muito científico, resultando em cesarianas desnecessárias.
Por isso, é sempre bom se informar muito bem e sempre conversar abertamente com seu médico e, caso sinta necessidade, procurar uma segunda opinião profissional.E falando em opinião profissional, um estudo realizado por três especialistas em obstetrícia em 2010 afirma que não é possível fazer o diagnóstico da “falta de passagem” antes do início do trabalho de parto.
Mas como é feito o diagnóstico então? É isso que veremos no próximo tópico. Veja:
Diagnóstico da incompatibilidade feto-pélvica:
Muitas cesarianas são indicadas por conta de uma incompatibilidade feto-pélvica. No entanto, segundo especialistas que revisaram os estudos médicos na área em 2010, essa incompatibilidade só pode ser diagnosticada durante o trabalho de parto.
É por meio da observação dos sinais do corpo da grávida e também os sinais do corpo do bebê que é possível diagnosticar a desproporção e, assim, realizar uma cesariana de emergência. Essa observação geralmente é feita utilizando um método que se chama partograma.
Esse monitoramento dos sinais vitais do bebê e da gestante geralmente acontecem na sala de parto e pré-parto e são avaliados os batimentos cardíacos do bebê, a pressão arterial da mãe, o ritmo e duração das contrações e o desenvolvimento da dilatação, entre outros fatores.Qualquer tentativa de prever uma desproporção antes de avaliar o andamento do trabalho de parto tem grandes chances de errar. Por isso, é sempre recomendável procurar outras opiniões de profissionais especialistas quando isso acontece.
Desproporção cefalopélvica e macrossomia:
A macrossomia é uma classificação da medicina para bebês maiores do que o normal. São considerados bebês macrossomáticos os que possuem mais de 4 kg ao nascer.
A macrossomia se relaciona a um excesso de peso no bebê, causado na maioria das vezes por problemas de saúde, como a diabetes gestacional. No entanto, questões genéticas podem influenciar nesse caso.
Embora seja comum que casos de macrossomia aconteçam em conjunto com outros problemas como a pré-eclâmpsia e a diabetes gestacional, a macrossomia em si não está necessariamente relacionada a desproporção cefalopélvica. Por isso, a macrossomia não é suficiente para que seja indicada uma cesariana.
A desproporção cefalopélvica é uma situação rara e pode exigir uma cesariana de emergência, no entanto, para diagnosticá-la corretamente, é preciso acompanhar o trabalho de parto e analisar os dados.
Blog de Deusa / Tudo ela
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