sábado, 5 de maio de 2018

Útero invertido: entenda como ocorre a anomalia

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Sem riscos para a mulher, o útero invertido pode ser uma condição natural ou provocada por alguma doença que, esta sim, deve ser tratada.
Algumas mulheres, desde o seu nascimento, podem ser detectadas com o chamado útero invertido. Isso acontece quando o órgão está ao contrário, ou seja, voltado para a região posterior do corpo. A anomalia não requer nenhum tipo de cuidado médico especial.
Há ainda casos em que a inversão da posição uterina é causada por alguma doença. “Eventualmente, o útero invertido pode ser decorrente de processos inflamatórios, como infecção, por conta de uma endometriose, cirurgias, ou mesmo em mulheres que apresentaram muitas gestações e partos”, explica Eduardo Vieira da Motta, ginecologista do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.

Grupos de risco

Dados da Cochrane Library apontam que de 15 a 25% das mulheres no mundo apresentam o útero retrovertido. Não existe um perfil de mulheres específico com maior chances de ter o útero invertido. 
“No entanto, a variação anatômica uterina pode estar mais presente em pacientes que possuem algumas doenças ginecológicas, como miomatose uterina ou endometriose”, conta Jairo Iavelberg, ginecologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo. 
Quando existe uma doença associada, ou infecções, o tratamento é direcionado a esses problemas e não à posição do útero. Assim como os sintomas também estão ligados às doenças.
De acordo com Nuno Nunes, chefe da ginecologia do Hospital Sepaco, em São Paulo, entre os sinais mais comuns das patologias que causam o útero invertido estão: 
  • Dor pélvica crônica;
  • Dor a relação sexual;
  • Dor a menstruação;
  • Dor ao evacuar;
  • Dor ao urinar.

Na gravidez e no parto

Ao longo dos nove meses, o crescimento do útero invertido pode causar sensação maior de peso nas costas, mas, à medida que ele cresce, vai assumindo a posição normal de todo útero gravídico e não atrapalha em nada a gravidez, inclusive a mamãe pode optar pelo parto normal sem risco algum. 
“Muito raramente, o útero gravídico poderá apresentar dificuldade de crescer além dos ossos da bacia e ficar ‘encarcerado’. É um evento muito raro e bem monitorado durante o pré-natal”, afirma Motta.

Tratamento

Como mencionado, o útero invertido não é um problema que precisa de tratamento, porém, quando há infecção ou endometriose causando dor durante à relação ou à menstruação, a terapia é voltada para estas alterações e não para a posição do órgão. 
“Nas mulheres em que o útero encontra-se nesta posição por variação anatômica e que apresentam dor à penetração profunda, sem outras causas, pode-se acertar a posição do órgão através de uma cirurgia realizada por laparoscopia”, finaliza Motta.


BLOG DE DEUSA / A REVISTA DA MULHER


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