segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Cólica menstrual: o que significa e como aliviar os sintomas


A cólica menstrual é caracterizada por dores compressivas predominantes na região inferior do abdômen nos dias que antecedem a menstruação ou durante este período. A intensidade é variável. “Algumas mulheres são mais tolerantes à dor; enquanto outras apresentam dores muito intensas, em alguns casos, incapacitantes, sendo necessária a investigação com especialista”, comenta Matheus Beleza, ginecologista e obstetra do Hospital Santa Luzia, da Rede D’Or São Luiz.
“As cólicas costumam ser mais intensas em mulheres jovens, que tiveram seus primeiros ciclos recentemente, e tendem a melhorar ao longo dos anos. Isto se deve ao amadurecimento do eixo hormonal que regula o ciclo menstrual e a melhor adaptação à liberação de prostaglandina que promove a contração da musculatura uterina”, explica o médico.

Sintomas

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Beleza explica que a cólica menstrual está associada à liberação de prostaglandina. Essa substância é liberada pela camada que reveste o interior do útero, o endométrio. “Durante o período menstrual seus níveis se elevam, provocando contrações uterinas e consequente diminuição da irrigação deste órgão por alguns instantes, gerando dor que pode variar sua intensidade em cada paciente”, diz.
As cólicas podem ainda estar relacionadas, de acordo com o ginecologista, a alterações dos órgãos pélvicos femininos, como ovários, trompas e o próprio útero, exigindo nestes casos investigação e condutas específicas.
A dor é descrita como compressiva e cíclica, predominante na região inferior do abdômen e com intensidade variável nos dias que antecedem a menstruação e durante este período. “Para algumas mulheres é muito intensa, prejudicando a realização de tarefas do dia a dia, como trabalho, atividade física e sexual”, destaca Matheus Beleza.
Devido à ação das prostaglandinas em outros órgãos e sistemas, a cólica pode ainda vir associada a outros sintomas. O ginecologista destaca:
  • Dor de cabeça
  • Dor nas costas
  • Náusea e vômito
  • Tontura
  • Diarreia
Beleza destaca que a cólica menstrual deve chamar atenção da paciente sempre que sua intensidade prejudicar a realização de atividades do dia a dia, quando possuir sintomas intensos em outros órgãos ou caráter progressivo (ou seja, quando houver piora dos sintomas ao longo dos anos).
Nestes casos, o primeiro profissional a ser procurado é o ginecologista. Ele procederá a investigação necessária e poderá orientar a conduta e necessidade de investigação específica. “Nos casos mais graves pode ser necessária avaliação de outros especialistas como urologista, proctologista e psiquiatra”, explica o médico.

Como aliviar a cólica

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Nos casos simples, explica Beleza, opta-se pela terapia medicamentosa com sintomáticos, associados a medidas comportamentais. Compressas mornas locais, prática regular de atividade física e alimentação balanceada são recomendadas.
“O estresse têm se mostrado um importante fator de piora, sendo recomendado ainda yoga e meditação como coadjuvante no tratamento”, acrescenta o ginecologista.
As medicações mais utilizadas para alívio da dor são os anti-inflamatórios não estereoidais, antiespasmódicos e analgésicos. “Para os casos graves, a terapia pode ser feita com hormônios, anticoncepcionais e medicações que bloqueiam a menstruação, sempre após orientação e acompanhamento rigoroso de um especialista”, explica Beleza.
Os casos graves, vale destacar, necessitam de investigação detalhada e tratamento específico, no geral, sendo necessária a utilização de anticoncepcionais.

Tratamentos caseiros e naturais para cólica menstrual

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Existem algumas medidas gerais que ajudam a aliviar a dor e a melhorar a qualidade de vida da paciente:
  • Fazer compressas locais: de forma geral, a compressa promove relaxamento dos músculos abdominais (que geralmente apresentam-se tensos devido à contração).
  • Praticar yoga e meditação: conforme destaca Beleza, o estresse piora a cólica, por isso, combatê-lo com a prática de yoga e meditação é uma medida interessante.
  • Alimentar-se bem: optar por alimentos naturais e leves é o mais indicado especialmente neste período de cólica. É bom ainda evitar o excesso de sódio, de godura saturada, de cafeína e açúcares. Beber bastante água também é essencial.
  • Exercitar-se: diferentemente do que muita gente pensa, fazer atividades físicas também é importante no controle deste sintoma… Entre outros motivos, pelo fato de que se exercitar libera endorfina, hormônio responsável pela sensação de prazer.
  • Tomar chás: alguns chás podem ajudar a aliviar a dor, mas isso varia muito de pessoa para pessoa. De toda forma, eles ajudam na hidratação. Exemplos são chá de lavanda, de alfavaca, de calêndula, de camomila, de artemísia, entre outros.
  • Vale reforçar que, no caso de cólicas intensas, o mais adequado é consultar o médico ginecologista, que investigará o caso e indicará o tratamento certo.

    Cólica como alerta para outras doenças

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    Mas, quando as cólicas podem ser um alerta para algo mais grave? Esta é uma preocupação comum entre as mulheres.
    Matheus Beleza explica que, quando a cólica está associada aos casos graves, como na endometriose, a paciente apresenta dores que pioram ao longo dos anos, prejudicando sua qualidade de vida, dificultando a prática de atividade física e sexual, aumentando as faltas no trabalho e alterações de humor.
    “Em alguns casos, a paciente pode apresentar alteração do hábito intestinal e urinário, sendo importante a investigação e seguimento com profissional especializado e equipe multidisciplinar”, ressalta o ginecologista.

    Outros tipos de cólica

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    Nem toda cólica é menstrual, confira outros tipos e saiba como diferenciá-los:
  • Cólica intestinal: Beleza explica que elas costumam se manifestar com dor e distensão de todo o abdômen, podendo apresentar sintomas associados como mudança no caráter das fezes, gases e relato da ingestão de alimentos de procedência duvidosa.
  • Cólica renal: o ginecologista explica que ela costuma ser mais intensa na região superior do abdômen e dorso, ocorrendo nos casos em que a paciente possui história conhecida de cálculos (pedras) ou naquelas com baixa ingesta de líquidos.
  • Cólica de ovulação: pode-se ter cólica no meio do ciclo menstrual, quando está ocorrendo a ovulação. Já as mulheres que tomam anticoncepcional não têm este sintoma visto que a pílula bloqueia a ovulação.
A cólica menstrual, reforça Beleza, pode ser diferenciada da cólica renal e intestinal pela forma cíclica e o período especifico em que ocorre.
Esses são apenas exemplos dos principais tipos de cólica. Mas, cada caso deve ser avaliado particularmente por um médico.
Em relação à cólica menstrual, agora você já sabe que ela é relativamente comum e tem intensidade variável. Em pacientes em que a dor é incapacitante, prejudicando sua qualidade de vida, porém, é importantíssimo consultar um ginecologista, que poderá investigar o caso e indicar o tratamento mais adequado.


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