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O mais comum dos transtornos de ansiedade é a fobia social, ou ansiedade social, que afeta de 3,5% a 16% da população geral – os dados variam devido à metodologia e às amostras dos diferentes estudos. Os primeiros sinais costumam surgir ainda na infância. O psiquiatra Márcio Bernik enumera possíveis sintomas do transtorno nessa fase da vida, que devem ser examinados com cuidado. “Ansiedade de separação, uma preocupação exagerada em se afastar dos pais ou de que algo ruim aconteça com eles. Situações em que a criança fala somente na presença dos pais ou parentes próximos, recusa-se a ir para a escola ou manifesta sofrimento excessivo na véspera de provas ou competições esportivas.”
A fronteira entre a timidez excessiva e o transtorno é difícil de demarcar – basicamente, é necessário tratamento quando o receio de ser observado e avaliado pelos outros começa a causar sofrimento ou prejuízos em algum campo da vida, seja profissional, como a perda do emprego por evitar o ambiente de trabalho, seja pessoal, como a dificuldade em travar relacionamentos. “O fóbico social costuma ser monossilábico, econômico nas palavras. Isso é geralmente interpretado pelas outras pessoas como desinteresse. A pessoa com o transtorno tende, assim, a se isolar. Evita situações cotidianas nas quais pode se sentir constrangida, como comer ou escrever na frente dos outros”, diz Tito Paes de Barros Neto, psiquiatra e terapeuta do comportamento. Além disso, a ansiedade social está particularmente relacionada ao abuso de álcool e outras drogas que facilitam a interação social.
O tratamento da fobia social é feito com antidepressivos e terapia comportamental, que compreende estratégias como terapia de exposição e treino de habilidades sociais. O terapeuta simula em consultório situações que geram ansiedade – como incentivar o paciente a preencher um cheque na presença de outras pessoas e, principalmente, iniciar e manter conversas. A ideia é que a exposição repetida e prolongada diminui gradualmente a sensibilidade ao estímulo.
Realidade virtual
Mais recentemente, é possível contar com a tecnologia para o tratamento da ansiedade social. Na terapia de exposição à realidade virtual, o paciente vivencia, num cenário fictício e controlável, a situação que teme. Um estudo do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (IPQ-USP) analisou os efeitos da terapia de exposição à realidade virtual (ERV) não imersiva em 21 pessoas diagnosticadas com fobia social. Feita com imagens tridimensionais (3D) em monitores de computador , com o uso de óculos estereoscópicos e fones de ouvido, essa modalidade tem menor custo que a RV imersiva, que demanda o uso capacetes.
Assim, orientados pela psicóloga Cristiane Gebara, autora do estudo, cada participante interagiu com um programa de computador que apresentava várias simulações: desde caminhar na rua – e ser observado por transeuntes – e arriscar pedir uma informação até receber convidados em uma festa e discursar para todos em agradecimento, lidando com imprevistos, como um celular que toca e pessoas que cochicham. O tratamento se completou, em média, em sete sessões e o tempo de habituação aos estímulos foi de cerca de 20 minutos. A média de redução dos sintomas de ansiedade social foi de mais de 70%. A pesquisadora reavaliou os pacientes seis meses depois do fim do tratamento e constatou que a melhora se manteve. “A técnica de exposição à realidade virtual preserva a privacidade do paciente, o que aumenta as chances de ele aderir ao tratamento, que pode ser oferecido em consultório”, explica a autora.
A fronteira entre a timidez excessiva e o transtorno é difícil de demarcar – basicamente, é necessário tratamento quando o receio de ser observado e avaliado pelos outros começa a causar sofrimento ou prejuízos em algum campo da vida, seja profissional, como a perda do emprego por evitar o ambiente de trabalho, seja pessoal, como a dificuldade em travar relacionamentos. “O fóbico social costuma ser monossilábico, econômico nas palavras. Isso é geralmente interpretado pelas outras pessoas como desinteresse. A pessoa com o transtorno tende, assim, a se isolar. Evita situações cotidianas nas quais pode se sentir constrangida, como comer ou escrever na frente dos outros”, diz Tito Paes de Barros Neto, psiquiatra e terapeuta do comportamento. Além disso, a ansiedade social está particularmente relacionada ao abuso de álcool e outras drogas que facilitam a interação social.
O tratamento da fobia social é feito com antidepressivos e terapia comportamental, que compreende estratégias como terapia de exposição e treino de habilidades sociais. O terapeuta simula em consultório situações que geram ansiedade – como incentivar o paciente a preencher um cheque na presença de outras pessoas e, principalmente, iniciar e manter conversas. A ideia é que a exposição repetida e prolongada diminui gradualmente a sensibilidade ao estímulo.
Realidade virtual
Mais recentemente, é possível contar com a tecnologia para o tratamento da ansiedade social. Na terapia de exposição à realidade virtual, o paciente vivencia, num cenário fictício e controlável, a situação que teme. Um estudo do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (IPQ-USP) analisou os efeitos da terapia de exposição à realidade virtual (ERV) não imersiva em 21 pessoas diagnosticadas com fobia social. Feita com imagens tridimensionais (3D) em monitores de computador , com o uso de óculos estereoscópicos e fones de ouvido, essa modalidade tem menor custo que a RV imersiva, que demanda o uso capacetes.
Assim, orientados pela psicóloga Cristiane Gebara, autora do estudo, cada participante interagiu com um programa de computador que apresentava várias simulações: desde caminhar na rua – e ser observado por transeuntes – e arriscar pedir uma informação até receber convidados em uma festa e discursar para todos em agradecimento, lidando com imprevistos, como um celular que toca e pessoas que cochicham. O tratamento se completou, em média, em sete sessões e o tempo de habituação aos estímulos foi de cerca de 20 minutos. A média de redução dos sintomas de ansiedade social foi de mais de 70%. A pesquisadora reavaliou os pacientes seis meses depois do fim do tratamento e constatou que a melhora se manteve. “A técnica de exposição à realidade virtual preserva a privacidade do paciente, o que aumenta as chances de ele aderir ao tratamento, que pode ser oferecido em consultório”, explica a autora.
Blog de Deusa / Via Uol
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