Os jovens, principalmente os adolescentes, estão cada vez mais expostos a ruídos de alta intensidade, entre eles se destaca a música. Determinados ambientes e mesmo os fones de ouvidos podem atingir níveis de pressão sonora elevados, capazes de lesionar o aparelho auditivo.
Uma pesquisa desenvolvida pela dra. Valéria Gomes, do CEOL, analisou uma amostra de estudantes em uma escola particular no DF, para avaliar o aspecto. O estudo investigou a prevalência de lesão das células internas do ouvido por meio dos testes de emissões otoacústicas. O estudo da médica virou o livro Alterações Auditivas Precoces Juvenis. Mito ou realidade?.
Os resultados foram surpreendentes. A fonaudióloga observou que 80% dos participantes apresentaram alterações nos exames realizados. Há suspeita de que a exposição à música em volume alto seja um dos principais motivos.
A Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR) é um problema invisível, que pode estar sendo ignorado pela população jovem quando se trata da música de alta intensidade, e poderia ser erradicado com o apoio das escolas e de educação.
A porcentagem de alterações auditivas entre jovens do ensino médio aumentou 2,8 vezes nas últimas décadas segundo estudo realizado nos Estados Unidos; já no Brasil, não há estudos que mostrem mudanças nos limiares auditivos nesta população. Esse fato nos faz refletir sobre a necessidade de investir em estudos nessa área e de campanhas informativas.
Uma sugestão seria a de implementar programas que incentivem a mudança de hábitos em relação à música amplificada desde a fase infantil. As escolas poderiam adotar para seus currículos questões que abordassem hábitos auditivos saudáveis, uso de protetores auditivos e os efeitos da exposição à música de alta intensidade sobre a audição. Também podem-se adotar solicitações de exames periódicos anuais.
Partindo do princípio que problemas auditivos representam um sério obstáculo no processo de ensino-aprendizagem, desperta a necessidade de desenvolver um trabalho educativo e preventivo quanto a saúde auditiva para os jovens.
A avaliação auditiva completa envolve exames que investigam a funcionalidade de toda a via auditiva, desde o processo de captação do estímulo sonoro até o seu registro no córtex cerebral. Para esta avaliação precisa, incluem audiometria, imitanciometria, emissões otoacústicas e potenciais auditivos (Bera). Dependendo dos resultados, outros exames como PAC – processamento auditivo central e potencial auditivo P-300 podem complementar o diagnóstico.
Sobre a autora do livro: Valéria Gomes da Silva é mestre em Ciências Médicas, graduou-se em Fonoaudiologia pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás, realiza doutorado em Ciências Médicas dela UnB - Universidade de Brasília. Atua na área de audiologia clínica e exerce atividades acadêmicas como docente no curso de Fonoudiologia da UNIPLAN – Centro Universitário Planalto do Distrito Federal.
Blog de Deusa / Fonte: Da redação do Jornal de Brasília
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