Pesquisa Deusa Martins
O câncer de pênis --assim como de colorretal e próstata-- conta com o tabu da masculinidade para se desenvolver. Os homens levam mais tempo que as mulheres procurar tratamento e as campanhas sobre o assunto ainda são tímidas. Pela demora em buscar ajuda e pela automedicação, as amputações atingem 80% dos casos.
Câncer de pênis é um tumor maligno pouco frequente que se desenvolve, em geral, a partir dos 40, 50 anos.
Fatores de risco
São fatores de risco:
1) fimose que impede a exposição da glande (cabeça do pênis) por causa do estreitamento do prepúcio (a pele que reveste a glande);
2) acúmulo de esmegma (secreção branca resultante da descamação celular);
3) higiene local precária;
4) falta de informação;
5) má situação socioeconômica e educacional das pessoas, em geral moradoras das regiões mais carentes.
Dados epidemiológicos revelam que a infecção pelo HPV (papilomavírus humano, principalmente pelos tipos 16 e 18), pode estar entre as causas do câncer de pênis.
Segundo pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Urologia, embora grande número de casos tratados de câncer de pênis esteja concentrado em São Paulo, a maioria dos pacientes veio dos estados do Norte e Nordeste.
Sintomas
O sintoma mais comum é o aparecimento de uma ferida avermelhada, que não cicatriza, ou de um pequeno nódulo, na glande, no prepúcio ou no corpo do pênis. Inicialmente, essas lesões podem não doer, o que retarda o diagnóstico.
Outros sintomas são manchas esbranquiçadas ou perda de pigmentação na glande, presença de esmegma com cheiro forte e de gânglios inguinais inchados na virilha.
Placas vermelho-vivo, bem delimitadas são típicas da eritroplasia de Queyrat e podem ser consideradas lesões pré-malignas que evoluirão para câncer de pênis, se não forem devidamente diagnosticadas e tratadas.
Diagnóstico
O exame clínico e o resultado da biópsia são elementos fundamentais para o diagnóstico de um tumor maligno no pênis. Quanto mais precocemente ele for feito, melhor será a resposta ao tratamento. O problema é que, por falta de informação ou constrangimento, muitos homens demoram para procurar atendimento médico, quando notam alguma alteração no pênis e deixam de tratar uma doença que pode ter cura.
Prevenção
A prevenção do câncer de pênis está diretamente associada a três princípios básicos:
1) higiene diária com água e sabão, especialmente na hora do banho e depois das relações sexuais;
2) cirurgia de fimose, quando a pele do prepúcio inviabiliza a exposição da glande e a higiene adequada da região;
3) uso de preservativos nas relações sexuais.
Tratamento
O esquema de tratamento do câncer de pênis é diretamente determinado pela gravidade e extensão da doença. Nas lesões iniciais, o tumor e uma pequena parte dos tecidos ao redor podem ser removidos cirurgicamente ou por resseção a laser. A preocupação é sempre preservar a maior quantidade possível do tecido peniano, de forma a comabater as funções sexuais e urinárias.
A remoção completa do pênis e dos gânglios inguinais só é indicada nas fases mais avançadas da doença.
Recomendações
* Ensine as crianças, desde pequenas, a maneira adequada de fazer a higiene intima todos os dias;
* Saiba que a cirurgia de fimose, ou circuncisão, para remover a pele do prepúcio que impede a exposição da glande e dificulta a higiene do local é simples e não requer internação hospitalar. Homens circuncidados estão mais protegidos contra o câncer de pênis;
* Não se descuide. O autoexame do pênis e das áreas ao redor é um passo importante para localizar lesões iniciais, fazer os diagnóstico e introduzir o tratamento;
* Use camisinha nas relações sexuais;
* Não adie a visita ao médico se notar qualquer alteração no pênis.
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