Um procedimento novo e ainda muito pouco utilizado aqui no Brasil é a Hidrolaparoscopia Transvaginal. Meu interesse por esta técnica aumentou devido às constantes queixas das pacientes em relação à Histerossalpingografia (exame realizado, entre outras indicações, para investigar a permeabilidade das trompas nos casos de infertilidade). É um exame muito solicitado, mas cheio de reclamações por conta do desconforto provocado e pela dificuldade de se encontrar laboratórios que o realizam (pelo menos aqui no Rio).
aparelho utilizado na HSG |
útero e trompas visualizadas pela HSG |
A Hidrolaparoscopia transvaginal é um procedimento que tem como objetivo principal visualizar os órgãos pélvicos, saber se as trompas estão permeáveis ou obstruídas e permitir a realização de um procedimento chamado salpingoscopia. Tudo isso está envolvido com a capacidade reprodutiva da mulher. Também é possível estudar parte do contorno do útero, o peritônio (tecido que reveste o interior da cavidade pélvica) e os ovários e, assim, diagnosticar a presença de cistos, aderências pélvicas e implantes de endometriose na cavidade pélvica.
Este procedimento pode substituir a Histerossalpingografia, quando este está indicado na investigação de infertilidade para verificar a permeabilidade das trompas e é capaz de avaliar com maior precisão sua anatomia e a de órgãos vizinhos. É realizado com anestesia local ou sedação, portanto, indolor e não necessita de radiação.
Um instrumento semelhante a um telescópio, comprido e fino (3 mm ) contendo uma micro câmera, fonte de luz potente e acesso para a entrada e saída de solução que distende a cavidade pélvica é introduzido pela vagina e através dele é possível visualizar o interior da pelve. Para estudar a permeabilidade tubárea injetamos um líquido azul dentro do útero e assistimos sua passagem pela trompa até chegar à cavidade pélvica.
Fímbrias (porção final da trompa) vista pela Hidrolaparoscopia transvaginal |
Passagem do azul de metileno comprovando permeabilidade tubárea na Hidrolaparoscopia |
Para selecionar a paciente que será submetida à hidro transvaginal eu devo ter em mãos uma ultrassonografia da pelve e realizo o toque vaginal para afastar suspeita de aderências ou nódulos de endometriose no local a ser estudado, um limite à técnica. Até o momento estou bem satisfeita com o procedimento que é simples, seguro e preciso. Como a histeroscopia também é um exame essencial na pesquisa de infertilidade, posso realizar os dois procedimentos num mesmo momento otimizando o tempo na avaliação.
Ovário prestes a ovular, visão da Hidrolaparoscopia transvaginal |
PS: Fotos de arquivo pessoal. Peço desculpas pelo corte das imagens pelo scanner!
Blog de Deusa / toque ginecológico
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