quarta-feira, 12 de novembro de 2014

A Conseqüência de Beijar os Filhos na Boca



Uma das primeiras conseqüências de beijar os filhos na boca, já nos primeiros dias de vida, é a 
transmissão de bactérias as quais os bebês ainda não possuem defesas. Segundo o presidente da 
Associação Odonto-criança, Daniel Korytnicki, que concorda com a citação do infectologista Milton 
Lapchik, além da cárie, “o estalinho pode transmitir algumas doenças, como herpes simples, micoses e 
outras infecções causadas por vírus”, as quais muitas vezes ficam imperceptíveis na pele, mas que 
geram indisposição física, sendo necessária a intervenção medicamentosa.
A pedagoga Jane R. Barreto, ressalta que a criança imita os adultos, tanto os familiares, como os 
vistos em programas televisivos e filmes. Porém a representação desses papéis adultos, não significa 
que a criança esteja pronta para a compreensão global do que certas atitudes que imitam, representam, 
pois permanecem na inocência característica da infância. Nesta situação, dramatizar o que viu, cantar e 
dançar músicas com cunho erótico para o adulto não possui a mesma conotação para as crianças, mas 
as expõe. A criança, por se estruturar através da fantasia mediada pela realidade, vive no faz de conta a 
concepção de um amor dentro do conhecimento que possui do amor de seus pais: príncipes e princesas 
que desejaram estar juntos e serão felizes para sempre. Mesmo famílias que possuem desentendimentos 
constantes em frente a criança, pelo infante não conhecer outra realidade, acaba por considerar que esta 
forma de relacionamento é a normal. A autora ainda ressalta que “Adultos não devem beijar crianças 
na boca, se alimentar na mesma colher, assoprar a comida, ou ainda recolher a chupeta, quando a 
mesma cair no chão, levando-a à boca, para “tirar as bactérias”, e depois colocar na boca da 
criança, evitando assim a transmissão de Hpilori, carie, herpes, sapinhos, entre outros... eles ainda 
estão criando imunidade, não tem a defesa orgânica que os adultos têm. Além da questão saúde, 
devem permanecer atento ao comportamento, pois se os infantes julgarem que esse costume familiar é 
natural, repetirão com todos adultos que tiverem contato. Neste sentido o diálogo com seus filhos se 
torna fundamental, esclarecendo que essa atitude só deverá ocorrer no seio familiar, pois, com a 
ingenuidade natural da criança, pode acontecer dela entender que, uma vez que seus pais a beijam na 
boca, pode repetir o gesto com outros de seu vínculo.”.
Giselle Castro Fernandes também ressalta que criança não beija na boca e não namora. Criança 
tem amiguinhos mais chegados ou não. Nas escolas, presenciam-se alguns coleguinhas andar de mãos 
dadas dizendo-se namoradinhos, ou como relatou uma mãe de uma criança de 3 anos: “Minha filha 
está preocupada com quem vai se casar, pois um amiguinho casará com uma de suas amigas, o outro 
com outra e assim consecutivamente.”. Situações como essas, além de gerar ciúmes, provocam 
também uma preocupação inadequada para a idade, privam a criança da infância, sem nenhuma razão!
O trabalho dentro do espaço escolar de esclarecer a educadores e pais sobre este aspecto é fundamental.
Para os pais, o namoro infantil pode ser interpretado como uma brincadeira, mas é preciso que 
se alerte quanto às consequências disso. Uma criança de dois ou três aninhos, acostumada a dar o 
“selinho” em seus pais, a tomar banho junto com o sexo oposto adulto ou a dormir na cama do casal, 
dependendo de como o adulto brinca ou sente essa situação, poderá desenvolver a erotização precoce 
de algumas áreas de seu corpo e este fator pode novamente privá-la da inocência da infância. Assim, 
casos esses comportamentos sejam rotinas dentro da família, precisam ser conversados e orientados 
dentro do entendimento de cada fase, lembrando sempre que a criança possui uma compreensão 
relacionada ao corpo bem diferente do adulto. Valdeci Rodrigues questiona: “Numa época em que a 
pedofilia precisa ter um amplo combate, como ficam a cabeça desses garotos e garotas que escutam na 
própria escola que para fugir do baixo astral é melhor "beijar na boca"?”. Essa reflexão é primordial 
para a educação infantil para pais e educadores.
Giselle Castro Fernandes continua sua reflexão alertando que “Na família existe o papel do pai 
e da mãe – que, juntos, formam um casal que dorme junto, que beija na boca! O papel dos filhos é 
outro. São crianças, e criança não beija na boca, não dorme na cama dos pais, etc. Trata-se de 
demarcar esses limites de maneira bem clara. Do contrário, fica difícil definir o papel do adulto e da 
criança. Para ela, criança, dar o “selinho” é o mesmo que namorar.”. Enfatiza ainda que “Filhinho 
(a) não é namorado e, portanto, não beija igual. Beija no rosto, abraça, acaricia, mas nada que se 
confunda com o carinho ou com o amor do adulto, do casal. Há uma preocupação muito grande (e 
justa) dos pais, de se atualizarem, de não se distanciarem de seus filhos, mas isso pode e deve ser feito, 
sem que se abra mão de seu papel, o papel de pai e de mãe, aqueles que representam o porto seguro 
aos filhos, aqueles que são “adultos”, que orientam, seguram a barra e que deixam muito bem 
definida a posição de criança e de adulto na família. Pode se ter a certeza de que os filhos, no futuro, 
agradecerão muito a seus pais que não abriram mão do papel com a função paterna – no sentido 
literal de força, de limite e da função materna – de cuidado, proteção. Amor entre adultos é diferente 
do amor pelas crianças, pelos filhos. Portanto, o beijo é também diferente e nem por isso menos 
carinhoso!”. Se incentivarmos a infância de nossos pequenos, eles irão amadurecer no tempo certo, 
não precisamos acelerar nada. Dentro desta linha de pensamento, a conseqüência de beijar o filho na 
boca propicia uma confusão de papéis, sendo esta desnecessária ao aprendizado infantil.



            Blog de Deusa / ursinho pimpão



Nenhum comentário: