segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Dieta da proteína: regime pode aumentar triglicérides e agravar problemas renais Entenda os prós e contras da alimentação hiperprotéica



Conhecida como hiper protéica, a dieta da proteína tem se tornado popular por auxiliar na perda de peso. No entanto, vale ressaltar que uma dieta feita sem orientação pode ser prejudicial para a saúde, ainda que resulte no emagrecimento. No caso da dieta de proteína, um dos principais malefícios está ligado ao bom funcionamento do cérebro: na falta de carboidratos, a energia fornecida ao órgão pode ser resultante da degradação de proteínas em outras áreas do corpo, como músculos, e até mesmo de gorduras (corpos cetônicos), causando falta de concentração, irritabilidade, dores de cabeça, confusão mental e até desmaios. 
Esta dieta é caracterizada pela presença de proteínas em todas as refeições, incluindo lanchinhos extras (intermediários), com maior concentração de proteína e menor concentração de carboidratos. Já a dieta tradicional contém todos estes grupos de maneira equilibrada. Por conta disso, nenhuma dieta restritiva deve ser feita com corte total de carboidrato ou outro grupo alimentar, para que não acarrete em riscos para a saúde.
 
No caso da dieta de proteína, um dos principais malefícios está ligado ao bom funcionamento do cérebro
A dieta hiperprotéica, ao pé da letra, proíbe o carboidrato e é baseada em proteína e gordura. E dietas com alta ingestão de gordura (hiperlipídica) podem gerar problemas como o aumento do triglicérides, ainda que tenha gorduras de boa qualidade. Para entender isso melhor, é importante saber que os triglicérides são gorduras que contituem a forma de armazenamento energético mais importante no organismo, e precisam ser transportados dos locais de origem (fígado, sua fonte endógena, e intestino, sua fonte exógena) por meio de lipoproteínas. Uma dieta desbalanceada, com alto teor de proteínas, gorduras ou mesmo carboidratos (que forma triglicérides ao ser sintetizado no fígado), irá  aumentar os níveis de triglicérides no sangue, favorecendo o apareciemento de doenças coronarianas e aterosclerose. Outras situações que afetam os níveis de TG são obesidade, estresse agudo, ingestão de álcool e doenças como diabetes, pancreatite aguda, síndrome nefrotica, gota e uremia, dentre outras. 

Caso a gordura ingerida seja saturada - de origem animal - a dieta pode alterar os níveis de colesterol sanguíneo (LDL). Além disso, se feita por períodos prolongados, o individuo termina apresentando cansaço físico e mental, dores de cabeça, além de um desejo por doce para suprir a carência a nível cerebral, já que o carboidrato é a fonte de energia utilizada para o bom funcionamento do cérebro.
Se houver uma quantidade alta de proteína na circulação, esse nutriente é degradado e depois armazenado na forma de gordura, contribuindo para o desenvolvimento da aterosclerose e doenças cardíacas. Além disso, uma alimentação com altas concentrações de proteínas limita a ingestão de outros nutrientes essenciais, necessários para o organismo humano suprir a quantidade energética diária, pois, na maioria das vezes, a dieta deixa de ter variedade de alimentos. Outro ponto a ser analisado é que o consumo em excesso de proteína causa aumento da excreção de cálcio e, portanto, diminui a utilização desse mineral e pode favorecer o desenvolvimento da osteoporose, como o cálcio não é utilizado passa a ser eliminado na urina, favorecendo assim a formação de cálculo renal(oxalato de cálcio). Por isso, o ideal é que um profissional seja consultado antes da adoção de qualquer tipo de restrição alimentar, pois só ele saberá indicar qual é o melhor tipo de alimentação de acordo com cada indivíduo.
O ideal é dosar a quantidade de cada grupo alimentar de acordo com cada caso. Uma dieta equilibrada e monitorada pode até conter períodos hiperprotéicos, que intensificarão a perda de peso por solicitar um maior gasto energético durante a digestão, porém devem ter sua quantidade de carboidratos ajustada, para garantir um bom funcionamento cerebral e também para que não ocorra perda de peso predominante em músculo em vez de gordura corporal. Neste caso, o resultado também é bastante positivo: já no primeiro mês de dieta é possível ver o resultado com alterações nas medidas e não na balança.

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